quinta-feira, 30 de abril de 2009

Silêncio

Silêncio é o grito preso da lágrima caída com dor num deserto de emoções, angústias e sofrimentos perdidos em pedaços espalhados por raiva angústia e mágoa de um passado outrora feliz que se afoga em chuva no frio do Inverno que sabe que a Primavera nunca virá, a folha caída será sempre a folha caída e nada será como dantes… Nada…

No leito das emoções angustiantes escrevo em silêncio com os olhos rasos de água por cair, ao que um dia alguém chamou lágrimas… Cerro os olhos, mordo os lábios, e choro…olho para a noite sem lua perdida na escuridão tenebrosa de um céu sem estrelas e deixo cair as lágrimas que se prendiam dentro de mim há tanto tempo…

A angústia liberta-se em cordas rasgadas e corroídas pelo tempo mas a luz foge para uma tempestade de sentimentos…
Os trovões rasgam o sorriso de criança hoje perdido e os relâmpagos cortam aquilo que outrora seriam estrelas…
A noite avança e a chuva cai, forte sobre a janela, num delírio de um choro incontrolado que teima em sobrepor-se àquele sorriso fingido de ilusões de cores falsas e descoloridas…

Um vidro partido chora perdido num grito intemporal…
E o silêncio permanece…


Escrito em 2007 (salvo erro) na sequência do livro "Um Minuto de Silêncio"

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