quinta-feira, 30 de abril de 2009

Silêncio

Silêncio é o grito preso da lágrima caída com dor num deserto de emoções, angústias e sofrimentos perdidos em pedaços espalhados por raiva angústia e mágoa de um passado outrora feliz que se afoga em chuva no frio do Inverno que sabe que a Primavera nunca virá, a folha caída será sempre a folha caída e nada será como dantes… Nada…

No leito das emoções angustiantes escrevo em silêncio com os olhos rasos de água por cair, ao que um dia alguém chamou lágrimas… Cerro os olhos, mordo os lábios, e choro…olho para a noite sem lua perdida na escuridão tenebrosa de um céu sem estrelas e deixo cair as lágrimas que se prendiam dentro de mim há tanto tempo…

A angústia liberta-se em cordas rasgadas e corroídas pelo tempo mas a luz foge para uma tempestade de sentimentos…
Os trovões rasgam o sorriso de criança hoje perdido e os relâmpagos cortam aquilo que outrora seriam estrelas…
A noite avança e a chuva cai, forte sobre a janela, num delírio de um choro incontrolado que teima em sobrepor-se àquele sorriso fingido de ilusões de cores falsas e descoloridas…

Um vidro partido chora perdido num grito intemporal…
E o silêncio permanece…


Escrito em 2007 (salvo erro) na sequência do livro "Um Minuto de Silêncio"

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Enfim...

Há dias em que as forças nos abandonam de forma tão violenta que o simples facto de nos levantarmos da cama já é demasiado.
Desfaleço.

sábado, 25 de abril de 2009

Ponte da Barca



Paaai, vamos fazer um retiro espiritual para Ponte da Barca? Há lá um parque de campismo!! :)

quinta-feira, 16 de abril de 2009

A Morte



Aquilo que mais me assusta na morte não é o facto do morrer propriamente dito.
Acho que não tenho medo de morrer.
Eu sou feliz com a minha vida e acredito que a morte será um momento inconsciente. Não saberei quando morri, portanto não posso sentir dor nesse momento. Isso não me preocupa.

A minha maior preocupação é aquilo que fica na vida.
A minha maior angústia sobre a morte é acreditar que possa haver alguém no meu mundo que não saiba o quão importante é para mim.
Entristece-me o facto de poder morrer sem saber o quanto alguém gostava de mim sem mo dizer...mas perdoo a essa pessoa pois a nossa sociedade vive assim.
Mas já em relação a mim, que assumo ser contra estes costumes idiotas da Sociedade não-emocional, não imagino o horror de morrer sem ter dito às pessoas importantes para mim o quanto gostava delas. Mas mesmo esse é um terror presente, faz parte da vida e não da morte em si.
Contudo, continuo a achar que por mim não tenho medo de partir, tenho apenas medo por aqueles que vão cá ficar.
Também tenho medo que em vez de ser eu a partir primeiro, sejam eles...
Acho que isso deve ser extremamente doloroso. Não que nunca tenha passado pela experiência de perder a alguém, mas sim porque essas perdas se deram quando ainda era criança e não me apercebia de todas as implicações da morte em si. Agora apercebo-me e acho que deve ser algo bem mais doloroso...


Porque é que não dizemos mais vezes às pessoas o quanto gostamos delas?
No fim, quando alguém morre, o que mais oiço dizer é "não lhe cheguei a dizer o quão importante ele(a) era para mim..." e acho que isso é insuportável.

Por isso gostava que as pessoas mo dissessem a mim o que sentem de forma tão explícita como eu lhes digo a elas.Não são precisas palavras mas sim gestos, esses sim são marcantes.
É o que penso...

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Páscoa



(Com uns dias de atraso, mas tinha que ser postada...)

terça-feira, 14 de abril de 2009

51 coisas belas da vida (Mail)




AS COISAS BOAS DA VIDA:
1. Apaixonar-se.
2. Rir tanto até que as faces doam.
3. Um chuveiro quente num Inverno frio.
4. Um supermercado sem filas nas caixas.
5. Um olhar especial.
6. Receber correio (pode ser electrónico.....)
7. Conduzir numa estrada linda.
8. Ouvir a nossa música preferida no rádio.
9. Ficar na cama a ouvir a chuva cair lá fora.
10. Toalhas quentes acabadas de serem engomadas...
11. Encontrar a camisola que se quer em saldo a metade do preço.
12. Batido de chocolate (baunilha ou morango).
13. Uma chamada de longa distância.
14. Um banho de espuma.
15...Rir baixinho.
16. Uma boa conversa.
17. A praia.
18. Encontrar uma nota de 20 euros no casaco pendurado desde o último Inverno.
19. Rir-se de si mesmo.
20. Chamadas à meia-noite que duram horas.
21. Correr entre os jactos de água de um aspersor.
22. Rir por nenhuma razão especial.
23. Alguém que te diz que és o máximo.
24. Rir de uma anedota que vem à memória.
25. Amigos.
26. Ouvir acidentalmente alguém dizer bem de nós.
27. Acordar e verificar que ainda há algumas horas para continuar a dormir.
28. O primeiro beijo (ou mesmo o primeiro com novo parceiro).
29. Fazer novos amigos ou passar o tempo com os velhos.
30. Brincar com um cachorrinho.
31. Haver alguém a mexer-te no cabelo.
32. Belos sonhos.
33. Chocolate quente.
34. Fazer-se à estrada com os amigos.
35. Balancear-se num balancé.
36. Embrulhar presentes sob a árvore de Natal comendo chocolates e bebendo a bebida favorita. 37. Letra de canções na capa do CD para podermos cantá-las sem nos sentirmos estúpidos.
38. Ir a um bom concerto.
39. Trocar um olhar com um belo/a desconhecido/a.
40. Ganhar um jogo renhido.
41. Fazer bolachas de chocolate.
42. Receber de amigos biscoitos feitos em casa.
43. Passar tempo com amigos íntimos.
44. Ver o sorriso e ouvir as gargalhadas dos amigos.
45. Andar de mão dada com quem gostamos.
46. Encontrar por acaso um velho amigo e ver que algumas coisas ( boas ou más) nunca mudam.
47. Patinar sem cair.
48. Observar o contentamento de alguem que está a abrir um presente que lhe ofereceste.
49. Ver o nascer do sol.
50. Levantar-se da cama todas as manhãs e agradecer outro belo dia.
51. E ver a tua cara a ler esta mensagem.


Por hoje acho que este copy/paste basta para dizer o que penso =)
Há tanto de bom na vida e nós estamos sempre à procura de mais e mais, prazeres carnais, monetários, imediatos, e onde ficam estas 51 coisas?


*Obrigada pelo mail Sofia* <3

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Pessoas.









O que dizer?

As pessoas, são, sem dúvida, seres curiosos.

Mas são tão contraditórias, por vezes tão...irritantes, mesquinhas.

Teria Hobbes razão ao dizer que a nossa natureza é intrinsecamente má?

Todos os dias lido com pessoas, a minha vida gira em torno disso, e no entanto há tanto que me passa ao lado.


Observo-as nos transportes, o senhor que à minha frente se senta com plantas de casas na mão, deve ser arquitecto, deve estar na sua hora de almoço, mas o que existe por detrás do seu ar sério e soturno?

O que existe atrás da cara fechada da senhora sentada ao meu lado, que cerra os olhos na direcção da janela e assim permance...?

Estará simplesmente com sono ou haverá algo mais que a faz cerrar os olhos?

O que significa, nela, aquele momento?


Quem são as multidões com quem diariamente me cruzo? Massas de corpos que se arrastam em diversas direcções, atropelando quem não adere ao seu ritmo desenfreado, são massas de corpos mas também são singulares, talvez sintam o mesmo que eu individualmente, apesar de também se deixarem arrastar e de também empurrarem os outros rumo a algures.


Hoje, chateia-me a luta das pessoas pelos seus interesses. Acima de tudo, acima dos outros.


Mas, como alguém diria, como boa resposta para tudo aquilo que exige demasiadas reflexões para ser respondido, "é a vida...", assim em jeito de conclusão.

domingo, 12 de abril de 2009

terça-feira, 7 de abril de 2009

Movimentos Temporais

Voltarei ao meu passado, um leve desvio temporal, vamos apenas recuar, momentâneamente, a uma coisa nenhuma, apenas para podermos dizer, temporalmente, que nos movimentámos.

Eu não queria ter estagnado mas não sei o que me fizeste, não sei o que fazer mas caí num pantano de memórias e quanto mais me tento soltar mais me afundo na lama.

Caio qual corpo inerte no chão, preso a um passado empoeirado, com um baque seco no chão, estalando as madeiras velhas onde assenta o chão da minha memória, lutando em esforço para não quebrarem perante o meu peso, tenho as correntes do tempo amarradas em mim, luto ao libertar-me enquanto o chão tenta não ceder.

E um dia...cede.

Relógio








Acordo de noite subitamente, E o meu relógio ocupa a noite toda. Não sinto a Natureza lá fora. O meu quarto é uma cousa escura com paredes vagamente brancas. Lá fora há um sossego como se nada existisse. Só o relógio prossegue o seu ruído. E esta pequena cousa de engrenagens que está em cima da minha mesa Abafa toda a existência da terra e do céu... Quase que me perco a pensar o que isto significa, Mas estaco, e sinto-me sorrir na noite com os cantos da boca, Porque a única cousa que o meu relógio simboliza ou significa Enchendo com a sua pequenez a noite enorme É a curiosa sensação de encher a noite enorme Com a sua pequenez...





Alberto Caeiro, 7 de Maio de 1914.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Silêncio, e solidão






Vazio, ausência de som, palavras.

Sem qualquer regra estilística, gramatical, verbal.

Apenas o correr dos dedos pela folha em branco, amachucada, alisada, amarrotada, confusa entre cada vinco feito pelos meus dedos.

Inconsistência, não sei se se deve ao contexto ou apenas ao meu ser, ou ausência de ser, apenas... vago.

Corpo ausente e vazio, que escreve sem saber bem o quê, para quê, talvez apenas para escrever, dizendo "sou eu próprio" de forma autómata e desprovida de significado, pronunciando estas palavras sem falar verdadeitamente, dizendo por dizer, apenas para dizer, qualquer coisa.

Escrever, apenas, num emaranhado de linhas, ideias que me ocorrem, vagas, desactivadas de todo, simplesmente vazias.

A solidão é um momento querido, que esmaga e nos envolve, silenciosamente, num nada, apenas, e simplesmente, assim.