terça-feira, 7 de junho de 2011

Cem Anos de Solidão

"Amaranta, por outro lado, cuja dureza de coração a espantava, cuja concentrada amargura a amargava, foi revelada na última análise como a mulher mais terna que jamais existira, e compreendeu com uma magoada clarividência que as injustas torturas a que submetera Pietro Crespi não eram ditadas por uma vontade de vingança, como toda a gente pensava, nem o lento martírio com que frustrou a vida do coronel Gerineldo Márquez tinha sido determinado pela bílias da sua amargura, como toda a gente pensava, mas sim que ambas as atitudes foram uma luta de morte entre um amor desmesurado e uma cobardia invencível, triunfando finalmente o medo irracional que Amaranta sempre teve so seu próprio e atormentado coração."

"Recordando estas coisas enquanto aprontavam o baú de José Arcadio, Úrsula perguntava-se se não seria preferível deitar-se de uma vez na sepultura e que lhe lançassem a terra por cima, e perguntava a Deus, sem medo, se realmente acreditava que as pessoas eram feitas de ferro para aguentar tantos sofrimentos e mortificações(...)"


(Gabriel García Márquez)

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