segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Sem linhas condutoras...

O mundo está caótico. O céu pesa, cor cinza, a condizer com as almas cinzentas que o habitam. Falam no fim do mundo e eu, apesar de achar todas essas crenças uma treta, começo a dar-lhes uma certeza razão. E admito que não sinto muita pena da Humanidade. Ou melhor, humanidade, com h pequeno, porque nem H grande merecemos.
As pessoas estão cada vez mais vazias, cada vez mais agressivas. A futilidade é um mal comum e onde não há futilidade há traição, há agressão, violência, inveja, sentimentos corrosivos que destroem cada um e todos os que os rodeiam.
Disseram-me hoje que satanás vinha no fim de tudo. Que satanás estava nas chamas, à espera das almas corrompidas e que Deus é a salvação. Bem, em satanás não posso dizer que acredito e em Deus, acredito mas não quando Ele serve de máscara às beatas da igreja que não sabem fazer outra coisa senão falar mal dos outros.
Em Portugal e na Rússia tudo arde. Na Europa Central, a água tudo leva. E em paralelo, as pessoas continuam as suas vidas mesquinhas, indiferentes à desgraça, indiferentes aos tempos pesados, indiferentes ao cinzento que os habitou.
A minha mente perde-se nestas imagens de destruição e também eu tento seguir indiferente, sem medo do futuro. E também eu hoje recordei as pessoas que me desprezaram depois de não precisarem mais de mim. Ou duas pessoas que me desiludiram profundamente nos últimos tempos e que parecem absolutamente indiferentes a esse facto. Decidi tornar-me também indiferente. Afinal de contas, não é o que todos fazem? Tentei fechar os olhos à minha desilusão, dizer que desculpava e abraçar quem me desiludiu. Tentei acreditar que eu é que estava a ser exigente com elas. Mas já se passaram demasiados dias e este sentimento não desaparece. O sentimento de vazio que surge quando penso nelas e a onda de decepção que me percorre.
Este texto é estranho. Condiz com o nome do blog. É uma divagação, nem sequer tem uma linha condutora. Mas representa o curso dos meus pensamentos, por isso decidi não o apagar.
Gostava que este calor pesado desaparecesse. Gostava que o ar se tornasse respirável. Mas mesmo quando isso acontecer, as pessoas vão permanecer as mesmas e eu com cada vez menos vontade de as aturar.

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