domingo, 6 de dezembro de 2009

A doença da alma

A alma pode destruir-se em tantos fragmentos. A alma...
Essa essência sem toque que tantos confunde, tantos baralha e por tantos se deixa consumir.
Olho para as linhas da sabedoria e questiono toda a minha existência.
Tudo deixa de ser certo. O que é a certeza? Talvez um nada... tudo está fragmentado, intemporalmente, pelas incertezas da vida.
A alma perde-se com tanta facilidade. Pode quebrar-se em tantos pedaços tão discretamente que nós não nos apercebemos sequer do ínfimo vidrinho de alma que se desprendeu. Ela nem sempre faz barulho ao quebrar, por vezes é como um penhasco que vai cedendo, lentamente, às provocações do mar, até que quebra, levando consigo milhares de destroços, milhares de certezas transformadas em nadas. Tudo se transforma em desgosto, angústia e sofrimento.
E a alma quebrada transforma-se numa inconsciência que arrasta consigo todo o desastre e desespero das almas mais próximas. Que, por sua vez....quebram. Lentamente.
O processo faz-se lentamente, silenciosamente, calmamente. Até ao dia em que alguém se fere nos estilhaços da alma partida, e a alma quebrada é isolada do restante mundo são, atirada para um mar branco repleto de calúnias, (ausência de ) delírios e remédios onde tudo está mascarado por meia dúzia de simpósios que apresentam soluções para (quase nada de) tudo.
E tudo isto permanece, mascarado por comprimidos, até que a morte chegue, como verdade inevitável, e leve consigo todos os estilhaços dessas almas quebradas.

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