segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Paradoxos da vida...

Não tenho a certeza de compreender o porquê de assim me sentir.
Não tenho a certeza de que estes sentimentos me pertençam e a minha cabeça gira tão velozmente quanto o vento assobia lá fora.
"A timidez é um exercício de auto-contemplação"... e o que são os outros afinal? Porque é que nos preocupamos tanto com o que os outros sabem de nós? Com o que os outros vêm de nós?
Não sei eu, há tanto tempo, que nunca nos chegamos a conhecer verdadeiramente uns aos outros?
Então, que temo eu? Porque motivo não consigo escrever livremente aqui por isto ser um espaço público...porque motivo estou tão preocupada com algo que me é exterior?
Quero perceber o porquê deste sentimento... quero compreender se é verdadeiramente meu ou se vem do exterior...se é uma interpretação daquilo que sinto à minha volta...no fundo, onde começo eu e acabam os outros?
Porque é que estou constantemente preocupada em fazer um teatro da minha vida? Porque motivo estou constantemente a representar, porque razão não me calo em momentos em que só me apetece isolar-me de tudo? Porque razão desperdiço recursos em fingir algo que não sou quando na verdade os poderia usar para coisas mais úteis...? Porque razão não admito que num determinado momento não estou feliz, e em vez disso ajo como se aquele fosse o momento mais feliz daminha vida?
A vida é demasiado pequena para vivermos alimentados de vinganças pessoais e perdermos tempo com problemas tão triviais do dia a dia que nos tiram horas de sono mas não representam nada no nosso percurso...
Estamos demasiado ocupados em perseguir objectivos exteriores em vez de nos preocuparmos em traçar metas que podemos alcançar...
Casar, ter filhos, ter uma profissão... há pessoas cuja vida depende do alcançar desses objectivos...Porquê? Porque a sociedade nos diz que esse é o caminho certo? E estamos assim tão apavorados de morrer sem deixar descendentes? Isso é algo que só nos aflige em vida, pois depois de mortos não creio que passemos a eternidade nos céus a martirizarmo-nos sobre o facto de não termos descendentes... e por causa dessa perseguição e procura constante de descendência esquecemo-nos de, durante a nossa própria passagem, fazer algo verdadeiramente útil... não é estúpido?Paradoxal?

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